Texto publicado no site Povos Indígenas do Brasil, do Instituto Socioambiental http://pib.socioambiental.org/pt/povo/kaxinawa/400#
MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin
por Amilton Pelegrino de Mattos
Projeto Espírito da floresta/UFAC – Floresta e MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin
O MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin
consiste num coletivo de pesquisadores-artistas do povo Huni Kuin. O
MAHKU tem sua gênese no processo tradicional de formação de Ibã Huni
Kuin (Isaias Sales) com seu pai Tuin Huni Kuin (Romão Sales), notável pesquisador dos conhecimentos desse povo. Ao longo de sua vida resguardou os saberes musicais e rituais
que corriam o risco de desaparecer na sociedade seringalista. Ibã aliou
essa formação tradicional com os instrumentos da escrita e da pesquisa
ao se formar professor, passando a registrar e publicar esses cantos. Sentindo a necessidade de aprofundar essas pesquisas com as novas gerações, Ibã e seu filho Bane Huni Kuin (Cleiber Sales) adotam a expressão visual do desenho e da pintura para fazer traduções visuais dos cantos. Nesse momento , a possibilidade do audiovisual a partir do LABI – Laboratório de Imagem e Som da UFAC – Floresta abre as perspectivas do suporte ideal para essa composição de som e imagem e tem origem, na Licenciatura Indígena da UFAC – Floresta, o projeto de pesquisa Espírito da floresta, que organiza em 2011 o I Encontro dos Artistas desenhistas Huni Kuin, na Terra Indígena do rio Jordão, e a I Exposição dos Artistas Desenhistas Huni Kuin, em Rio Branco.
Em 2012 os artistas huni kin são convidados para expor na Fundação Cartier para a Arte Contemporânea em Paris. A partir dessa experiência o grupo se organiza no MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin, associação que tem entre os seus objetivos fortalecer a pesquisa e a arte, criar fonte de renda digna que proporcione a cultura viva e a vida na floresta.
Os trabalhos dos artistas, em maioria homens, consistem quase sempre em traduções visuais de cantos da ayahuasca, os huni meka pesquisados por Ibã. Eventualmente desenham outros cantos rituais e mitos. O desenho continua vigorando, mas a pintura tem ocupado cada vez mais os artistas.
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