terça-feira, 12 de agosto de 2014


Artistas Huni Kuin realizam obra na Bienal de Arte de São Paulo

O MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin vai realizar uma obra no projeto Made by brasilians – Creative Invasion, atividade paralela à 31ª Bienal de Arte de São Paulo. O projeto visa uma ocupação artística da Cidade Matarazzo, próximo à avenida Paulista, coração da capital. Do dia 6 de setembro até o dia 10 de outubro o espaço será invadido por artistas que criarão esculturas, instalações, música, performances, pinturas e desenhos. Os três artistas huni kuin do Acre devem recobrir as paredes de três salas com desenhos.

Cidade Matarazzo, São Paulo
Depois de 20 anos fechado para o público, o espaço receberá na Bienal obras de importantes artistas brasileiros como Tunga, Nuno Ramos, Vik Muniz, Cildo Meireles.
O MAHKU contará com a presença de três artistas: Ibã Huni Kuin (Isaias Sales), Bane Huni Kuin (Cleiber Sales) e Isaka Huni Kuin (Menegildo Paulino). O projeto resulta de uma parceria com a artista francesa Naziha Mestaoui que vem compondo uma série de trabalhos com o MAHKU desde 2011.




Histórias Mestiças

Paralelo à Bienal de Arte de São Paulo, o MAHKU estará participando com 15 obras de outra exposição também em São Paulo. Trata-se da exposição Histórias Mestiças que acontecerá no Intituto Tomie Ohtake. A exposição tem curadoria da antropóloga Lilian Schwarcz e Adriano Pedrosa.
Desenho de Isaka Huni Kuin no Histórias Mestiças

Tanto a participação na exposição Histórias Mestiças como a obra da Bienal, reafirmam o que marca o MAHKU desde a exposição Histoires de Voir na Fundação Cartier para a Arte Contemporânea, em Paris: o trabalho dos artistas huni kuin não está relegado ao gueto dos rótulos (arte primitiva, arte naif, arte indígena etc), seu projeto tem estatura para misturar-se aos grandes nomes da arte contemporânea global.



Sobre o MAHKU

O MAHKU foi criado em 2011/2012 por um grupo de jovens artistas-desenhistas huni kuin reunidos na Terra Indígena do Rio Jordão com o objetivo de fortalecer a rede de artistas huni kuin que realizam pesquisas nas tradições, visando a produção contínua de arte, a participação em exposições e o acesso ao mercado.
Txana Kixtin Huni Kuin no I Encontro dos Artistas Huni Kuin
Outro objetivo da associação é fortalecer o vínculo desses artistas e suas famílias com as aldeias e Terras Indígenas onde vivem na floresta amazônica.

O MAHKU tem sua gênese no projeto Espírito da Floresta, que consiste na pesquisa desenvolvida por Ibã Huni Kuin (Isaias Sales) desde muito jovem com seu pai Tuin Huni Kuin (Romão Sales) no conjunto de saberes próprios do povo huni kuin: rituais, cantos, medicina da floresta.
Em 2009, quando o professor-pesquisador Ibã ingressa na Licenciatura Intercultural da UFAC - Floresta, ao lado do professor Amilton Pelegrino de Mattos criam o projeto de pesquisa Espírito da Floresta, visando dar continuidade à sua trajetória de pesquisa. Decidimos investir nos trabalhos com desenhos e audiovisual visando aprofundar as pesquisas dos cantos com as novas gerações e incentivar a prática artística associada a essas pesquisas como caminho para uma escola e uma aprendizagem huni kuin.

Mais informações no site: www.nixi-pae.blogspot.com

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